Como Fazer uma Sessão de Visão Remota Simples
Uma das perguntas mais urgentes que as pessoas têm quando descobrem a visão remota é: Como posso tentar? Embora exija treinamento, tempo e prática para se tornar um visualizador remoto de nível operacional altamente qualificado, é bastante fácil até mesmo para um iniciante fazer um experimento de visão remota simples com sucesso. Abaixo estão algumas diretrizes para dois experimentos básicos.
Um tipo fácil de experimento envolve simplesmente tentar “ver” o que está numa imagem selada num envelope opaco. Peça a um amigo que selecione várias fotos claras e interessantes com formas, linhas e cores fortes, cole cada uma em um pedaço de papel branco comum e sele cada uma num envelope opaco separado (é importante que nada do conteúdo apareça do lado de fora). Seu amigo também deve numerar os envelopes sequencialmente de “1” até o número mais alto [i.e., de acordo com a quantidade de alvos].
As fotos não devem ser muito complexas, mas marcantes o suficiente para manter algum interesse para a mente subconsciente do visualizador remoto (que está fortemente envolvida no processo). Também será útil se as fotos forem tão diferentes quanto possível umas das outras, por isso é mais fácil dizer, a partir dos resultados geralmente parciais produzidos pelo processo de VR de um iniciante, qual foto o visualizador descreveu quando a sessão terminou.
Quando estiver pronto para fazer a sessão de Visão Remota, selecione um dos envelopes e sente-se a uma mesa numa área silenciosa ou tranquila com várias folhas de papel e uma caneta de tinta preta. Depois de anotar a data e a hora, comece sua sessão escrevendo “Alvo 1” (ou qualquer envelope que você selecionou) no topo do seu papel. Esse é o seu “em suas marcas-preparar-já!”, e você deve então relaxar e tentar perceber as impressões que vêm a sua mente a partir da foto no envelope.
Algumas coisas a lembrar: As impressões da visão remota devem competir com todo o “ruído” mental que ocupa todas as nossas mentes o tempo todo. O ruído mental é feito de todas as memórias, pensamentos, preocupações, suposições, deduções, distrações e assim por diante que mantêm nossos cérebros zumbindo. Separar isso do verdadeiro sinal de visualização remota é a parte difícil de todo o processo.
Existem algumas diretrizes, porém. Imagens mentais brilhantes, nítidas, claras e estáticas são quase sempre “ruído” e, portanto, informações erradas. Sei que isso soa contraintuitivo. Afinal, isso não é chamado de visão remota? Sim, é verdade – mas nem tudo o que “vemos” no processo de visualização remota é necessariamente verdade. Frequentemente, as imagens mentais são criadas por nossas mentes conscientes para tentar (sem sucesso) explicar coisas mais sutis que acontecem mais profundamente em nossas mentes.
Os verdadeiros sinais de visão remota são muitas vezes vagos, confusos, indistintos – gosto de dizer, “como memórias meio lembradas que, no entanto, sabemos que são memórias que você nunca teve antes”. Com algumas sessões de prática, você começará a sentir e notar a diferença entre o sinal e o ruído. A propósito, é por isso que é importante fazer esboços, à medida que avança, do que você pensa que está percebendo. Com bastante frequência, os esboços que não parecem fazer muito sentido quando você os faz pela primeira vez revelam-se representações bastante precisas de parte ou de todo o alvo. Ao longo da sessão, registre pequenos fragmentos de percepção – cores, cheiros, sons, texturas ou sabores que você acha que percebe. Linhas e formas também são importantes. Suas percepções serão fragmentárias no início, mas com o tempo vão começando a se unir. Você pode nunca ter uma “imagem” completa do que é o alvo (na verdade, uma ideia sensata e totalmente formada do que você acha que o alvo representa ou com que ele se parece geralmente estará errada), mas o que você consegue de fato muitas vezes faz sentido mais tarde.
Esse tipo de experimento deve durar apenas de cinco a dez minutos. Quando você sentir que conseguiu tudo o que iria conseguir de seu alvo, escreva “Fim” e seu horário de término no final da última folha de papel que você tiver usado. Deste ponto em diante, você não deve fazer NENHUMA MARCA ADICIONAL em seu registro escrito de visão remota (isso é chamado de “transcrição” de sua sessão de visão remota).
Neste momento, agora você pode abrir o envelope para ver qual era o alvo e compará-lo com sua transcrição da sessão para ver como você se saiu. Seja honesto consigo mesmo – quando algo corresponder bem, dê-se crédito. Mas não tente encontrar uma correlação entre o que você “viu” e a foto-alvo. Isso às vezes é chamado de “ajuste de dados” e é essencialmente uma forma de inventar desculpas para si mesmo; pode atrapalhar o aprimoramento de suas habilidades de visão remota. Se você não consegue reconhecer onde errou, é mais difícil aprender a fazer as coisas corretamente da próxima vez.
Isso traz à tona um outro princípio muito importante no aprendizado da visão remota: você deve estar disposto a falhar para ter sucesso. Você tem que tentar coisas – assumir riscos intuitivos, confiar em impressões das quais você pode não ter certeza, aceitar um pensamento que “não faz sentido” – a fim de ganhar experiência para saber a diferença entre dados corretos e incorretos.
Por fim, mantenha bons registros para monitorar seu processo. Você deve sempre manter as transcrições da sessão junto com a foto do alvo correspondente. E sempre coloque seu nome e data em tudo o que fizer, e depois arquive num local acessível.
Visão Remota Outbounder ou Beacon
Algumas pessoas preferem um protocolo de visualização remota um pouco mais complicado, chamado de experimento “outbounder” [“saidor”, “que sai”] ou “beacon” [“baliza”, “farol”]. Neste experimento, o visualizador remoto descreverá e esboçará detalhes de um local físico selecionado aleatoriamente. Os alvos que foram usados em experimentos passados desse tipo incluem playgrounds, prédios públicos, marinas de barcos, moinhos de vento, marcos naturais singulares, monumentos comemorativos e assim por diante. Praticamente qualquer local com características distintas pode servir como alvo.
A ideia é usar uma ou duas pessoas como “faróis”, para ajudar o visualizador remoto (ou apenas “visualizador”) a “focalizar” o local pretendido com sua atenção consciente.
O visualizador então verbaliza e registra com papel e caneta as impressões que vêm a sua mente durante o experimento.
Existem algumas regras a seguir:
- O visualizador nunca deve ser informado sobre o que é o alvo ou qualquer coisa sobre ele até que a sessão termine.
- Ninguém junto com o visualizador antes ou durante a sessão deve saber qual é o alvo. Seguir essas duas regras configura o que é conhecido como uma condição duplo-cego.
- O visualizador deve ser colocado numa situação onde possa relaxar e onde a estimulação externa (ruído alto, luzes e cores brilhantes etc.) seja mantida a um mínimo razoável. Uma sala de estar, um escritório doméstico, um quarto ou um ambiente semelhante tranquilo e confortável seria apropriado para isso.
O procedimento para o experimento é o seguinte:
VISÃO GERAL: Um visualizador remoto numa sala fechada e não tendo conhecimento do alvo, usa suas faculdades mentais para perceber e descrever um local alvo para onde uma ou mais pessoas (a equipe baliza) foram.
PARTICIPANTES:
- Um visualizador remoto
- Um entrevistador ou “monitor” (opcional)
- Uma equipe balizadora [“beacon” ou “outbounder”], composta de uma ou mais pessoas
PREPARAÇÃO: Alguém não diretamente envolvido na parte de visão remota do experimento em si prepara quatro ou mais alvos possíveis (em um experimento informal como este, um membro da equipe externa pode preparar os alvos, mas não deve ser o entrevistador, e certamente não o visualizador). Conforme mencionado acima, os alvos possíveis são características geográficas, estruturas etc. que podem ser alcançadas em 30 minutos ou menos (incluindo o tempo de deslocamento + tempo de acesso) do local onde o visualizador remoto está confinado. O nome, a localização e as instruções de direção para cada alvo separado são colocados juntos num envelope individual e lacrados, resultando em quatro ou mais envelopes idênticos, cada um com informações de um alvo diferente. Os envelopes usados devem ser totalmente opacos, de modo que não se possa ver nada do conteúdo do lado de fora, e não deve haver características de identificação no lado de fora de nenhum dos envelopes.
ALVOS: Assim como mencionado acima, os alvos devem ser tão diferentes quanto possível entre si, com tão poucas características em comum quanto possível (provavelmente será impossível eliminar todas as características comuns). Isso ocorre para que, ao final da sessão de visualização remota, fique o mais óbvio possível se o visualizador descreveu um alvo ou outro. Um exemplo de conjunto de alvos pode incluir uma ponte, uma biblioteca, um carrossel de parque de diversões e uma padaria. Outro exemplo pode incluir o interior de uma usina siderúrgica, uma marina de barcos, uma cachoeira e um jardim botânico. Use sua imaginação, mas não escolha alvos que sejam muito complicados – isto é, que tenham muitos recursos e detalhes diferentes associados a eles. Quando o visualizador for da [residir na] área local, deve-se tomar cuidado, se possível, para não selecionar marcos bem conhecidos que o visualizador possa ficar tentado a adivinhar.
PROCEDIMENTO: Pequenas variações no processo são permitidas, mas devem prosseguir de algum modo ao longo das seguintes linhas:
- A equipe balizadora, o visualizador remoto designado e o entrevistador se reúnem nas proximidades da sala a ser usada para a sessão de visualização remota. O visualizador encontra e saúda a equipe balizadora. Os relógios são sincronizados e um horário para início a visualização é combinado.
- Os envelopes dos alvos são embaralhados, então alguém os numera arbitrariamente de 1 a 4 (ou mais, se houver mais envelopes). Outro grupo lança um dado, e o número que aparecer no topo do dado indicará o envelope selecionado (se 4 envelopes, role o dado até que apareça um número de 1 a 4).
- A equipe balizadora pega o envelope selecionado, mas NÃO o abre ainda. Ela segue para o carro, onde – fora da vista do visualizador e do monitor – abre o envelope e segue as direções até o alvo.
- Os envelopes restantes são guardados onde o visualizador não possa ter acesso a eles, e o visualizador e o entrevistador entram na sala de visualização.
- Se necessário, o entrevistador explica ao visualizador remoto sobre o processo de visualização remota. Enquanto isso, a equipe balizadora está se aproximando do alvo.
- Se a equipe balizadora chegar nas proximidades do alvo antes do horário de início da sessão de visualização remota acordado (consulte o item 1 acima), ela esperará para se aproximar do alvo até que chegue a hora [combinada].
- Uma vez no alvo, a equipe balizadora tentará interagir com ele tanto quanto possível. Se, por exemplo, o alvo for um carrossel de parque de diversões, eles vão olhar para ele, andar nele, ficar perto dele, tocá-lo etc. Isso dura 15 minutos, momento em que a equipe voltará para o carro e dirigirá de volta para o local do visualizador.
- Durante os 15 minutos em que a equipe balizadora estiver no local alvo, o visualizador remoto e o entrevistador conduzirão a sessão, que consistirá em o visualizador verbalizar e registrar com papel e caneta quaisquer impressões mentais que possam ter relação com o alvo. O entrevistador auxilia, solicitando ao visualizador que direcione sua atenção em torno do alvo.
- Na conclusão da sessão e após o retorno da equipe balizadora, o visualizador remoto é então escoltado pela equipe balizadora de volta ao alvo real para que possa receber feedback sobre o que era o alvo e comparar o que foi percebido durante a sessão com o alvo real. (Como alternativa, se o retorno [ao alvo] for impraticável, a equipe balizadora poderá levar uma câmera de vídeo até o alvo para registrar a experiência enquanto eles estiverem lá. O vídeo poderá então ser reproduzido para o visualizador para fins de feedback.)
MATERIAIS:
- Envelopes de alvos e marcador [para numerar os envelopes]. (Cada envelope contém um alvo diferente, incluindo o nome do alvo, as direções para ele e talvez até uma fotografia dele.)
- Uma pilha de papel branco A4 e uma caneta com tinta preta indelével de ponta média. O visualizador usará isso para registrar suas impressões.
- Um carro para transportar a equipe balizadora e levar o visualizador remoto para o alvo posteriormente.
- Um lugar tranquilo com mesa e cadeiras onde a sessão possa ser realizada.
Copyright © 2006. Paul H. Smith; usado por permissão.
Fonte:
Smith, P.H. How to do a simple remote viewing session. © 2006; Usado por permissão por INTERNATIONAL REMOTE VIEWING ASSOCIATION (IRVA). Disponível em: < https://www.irva.org/remote-viewing/howto.html>. Acesso em: 20 de ago. de 2020.
Tradução: Jurandyr de Souza Fonseca