Conversando com crianças com autismo não-verbais por acesso à mente subconsciente
O que um autista não-verbal diria se fosse capaz de falar? Que pensamentos e sentimentos até então ocultos seriam revelados? Que efeito esse novo conhecimento teria sobre o modo como estudamos e lidamos com o autismo? Enfim, como seria se pudéssemos ver o mundo através de seus olhos? O desejo de “romper a muralha do silêncio” e ouvir a voz de um autista não- -verbal motivou o autor a aprender e testar pessoalmente um método usado por órgãos de inteligência dos Estados Unidos (IRVA, s.d.) para obter informações de alvos inacessíveis – incluindo pensamentos e sentimentos ocultos de uma pessoa por acesso a sua mente subconsciente.
O método chama-se Visão Remota Controlada (IRVAc, 2021). Os resultados positivos que o autor obteve ensejaram a realização de um experimento em 2016, em que o método foi usado para a comunicação com dois gêmeos autistas não-verbais por meio do subconsciente, conceituado como a parte da mente “que opera ou existe fora da consciência” (COLMAN, 2014), ou “os processos psíquicos não acessíveis ao sujeito consciente” (WIKIPÉDIA, 2020). O trabalho foi executado pela agência de investigações Husick Group LLC, estabelecida no estado de Washington, Estados Unidos da América.
O experimento demonstrou a viabilidade de se usar a Visão Remota Controlada para o fim pretendido e produziu informações previamente desconhecidas e inacessíveis por meios convencionais. O valor potencial dessa forma atípica de comunicação e do novo conhecimento gerado para apoiar pesquisas e melhorar a qualidade de vida de portadores de autismo justifica a inclusão deste capítulo no presente livro.
Material e Métodos
Participantes
Em ordem de engajamento, participaram do experimento: o autor (cliente, contratante, aprovador das tarefas do experimento), uma gerente de projeto (proponente das tarefas, alocadora de meios, analista de resultados, relatora do projeto), dois visualizadores remotos (executores das tarefas aprovadas) e os dois autistas não-verbais citados (pessoas-alvo).
O autor financiou e proveu as informações necessárias para o experimento, aprovou as tarefas dos visualizadores, traduziu o relatório do projeto para o português e apresentou o relatório traduzido aos pais dos gêmeos. O experimento foi gerenciado pela Sra. Gail Husick, fundadora e diretora da agência de investigações contratada, que emprega a Visão Remota Controlada “especialmente em áreas onde possa ser difícil ou impossível obter a informação desejada de fontes comuns – áreas tais como casos de pessoas desaparecidas e projetos de desenvolvimento de tecnologia” (HUSICK, 2019, p. 3). Coube à gerente propor e discutir com o autor as tarefas dos visualizadores remotos, alocá-los e designar suas tarefas, receber e analisar seus relatórios e registros de sessão, redigir o relatório final e entregá-lo ao cliente. As infor- mações sobre o experimento e seus resultados são aqui compartilhadas com anuência expressa da autora e dos pais dos gêmeos.
Os visualizadores remotos (VR1 e VR2) foram selecionados por seus históricos de sucesso no uso da Visão Remota Controlada em operações da agência, em especial por suas habilidades em visualizar e descrever fielmente atributos físicos, pensamentos e sentimentos de pessoas. Seguindo a praxe do ramo, somente a gerente do projeto conhece as identidades, localizações e outros dados pessoais dos visualizadores, aqui referidos no masculino pelo costume de nossa língua. As pessoas-alvo (PA1 e PA2) são gêmeos idênticos do sexo masculino, brasileiros residentes no país, diagnosticados como autistas, com doze anos de idade na ocasião (Figura 1). Expressam necessidades, desejos e afeição, e compreendem instruções, mas dependem fortemente dos familiares, amigos, cuidadores e facilitadores. O experimento foi conduzido com consentimento expresso prévio de seus pais.
Figura 1 — Os gêmeos com autismo e sua mãe, em 2016 (fotografia do acervo do autor)
Visão ou visualização remota (“remote viewing”) é uma faculdade mental que permite que um “visualizador” descreva em detalhes um “alvo” inacessível aos sentidos físicos devido à distância, tempo ou ocultamento (SMITH, s.d.). Por exemplo, pode-se pedir que o visualizador descreva um local que nunca visitou, um evento passado, um objeto numa sala, até mesmo uma pessoa ou atividade, tudo sem ter informação alguma sobre o alvo, nem mesmo o nome ou designação (Smith, s.d.). “Visão” e “visualizador” são sinédoques, pois é possível obter informações dos demais sentidos, dados conceituais (finalidade, histórico, função, relacionamentos e outras qualidades intangíveis) e os pensamentos e sentimentos de uma pessoa.
Como apresentado anteriormente, a Visão Remota Controlada (VRC; originalmente denominada Visão Remota Coordenada) é um método concebido para desenvolver a habilidade de visão remota habilidade de visão remota (inerente a certos indivíduos) em pessoas que ainda não a haviam demonstrado. Ele foi usado para treinar militares e civis do governo dos Estados Unidos e empregado com sucesso em missões diversas, sendo, com suas derivações, provavelmente a mais conhecida e praticada forma de visão remota na atualidade (IRVAc, 2021).
Em cumprimento ao Ato de Liberdade de Informação (Freedom of Information Act – FOIA; WIKIPEDIA, 2021), o governo dos Estados Unidos desclassificou milhares de documentos de seu extinto programa de visão remota, os quais, desde 2016, compõem a coleção STARGATE acessível para consulta na Sala de Leitura Eletrônica do Ato de Liberdade de Informação da Agência Central de Inteligência (Central Intelligence Agency; CIA, 2016). Exemplos de impressões visuais que o autor obteve por meio da visão remota são apresentados adiante (Figura 2).
(TART, 2010). Direita, em cima: Memorial Cavalo Louco, Dakota do Sul, EUA (dir.) (WORLD’S MARATHONS, c.2021)
Cada visualizador remoto foi alocado a uma pessoa-alvo e informado de que seria o único encarregado de visualizá-la. O experimento observou o protocolo “cego para o alvo”, significando que os visualizadores desconheciam quaisquer informações sobre seus alvos, tais como sexo, idade, nacionalidade e residência, o fato de serem gêmeos, que a condição de interesse era o autismo, ou que o projeto incluiria outro par visualizador/alvo.
O fluxo de trabalho do experimento é ilustrado a seguir. A linha vertical contínua representa a ausência de comunicação e o desconhecimento mútuo da existência de outro par visualizador/alvo. As linhas tracejadas horizontais indicam que a comunicação entre cada visualizador e sua pessoa- alvo deu-se unicamente por visão remota. Apesar do sigilo sobre os locais de trabalho, a gerente do projeto confirmou que as conversações ocorreram a distâncias intercontinentais (Figura 3).
Figura 3 — Fluxo de trabalho do experimento
As tarefas designadas foram:
Tarefa de VR1: O alvo é uma pessoa. A pessoa-alvo está experimentando uma condição de interesse. Descreva a pessoa-alvo. Descreva a condição de interesse. Mentalmente acesse a pessoa-alvo, com os seguintes objetivos: (1) Comece a desenvolver relacionamento harmonioso com a pessoa-alvo; (2) Transmita para a pessoa-alvo que você está aqui para ajudar. (3) Pergunte à pessoa-alvo sobre a condição de interesse. Seja criativo em seus questionamentos, e aberto a quaisquer informações que vierem. Possíveis perguntas para a pessoa-alvo são: Como a condição afeta você? Como ela faz você se sentir? Quais são os desafios mais importantes que ela cria para você? Quais são as razões ou causas para a condição? O que seria mais útil para sua família ou outros saberem sobre a condição e como ela afeta você? Com que você deseja mais ajuda? Etc.
Tarefa de VR2: O alvo é uma pessoa. A pessoa-alvo está experimentando uma condição de interesse. Descreva a pessoa-alvo. Descreva a condição de interesse. Execute uma sessão de diagnóstico na pessoa alvo no que diz respeito à condição de interesse. Use as técnicas e ferramentas de Aplicações Médicas/Acesso Mental que você considerar serem apropriadas. VR1 realizou três sessões, e VR2, duas sessões. Ao longo do processo, os visualizadores registraram percepções progressivamente mais acuradas e detalhadas sobre as pessoas-alvo e seus ambientes
(Figura 4). Figura 4 — Ambiente que VR1 visualizou na terceira conversação com PA1
As conversações assumiram a forma de entrevistas, em que os visualizadores fizeram perguntas e as pessoas-alvo deram respostas, como mostram os exemplos a seguir (HUSICK GROUP, 2016, p. 21-33).
Conversações de VR1 com PA1 VR1:
“Mova-se para sua experiência global. Há algo mais que você gostaria de dizer sobre esses tempos melhores? Descreva seus pensamentos sobre isto.” PA1: “Escuridão / Triste – ao refletir / Anseio por isso [não diz o quê] / Não entendi / Eu era feliz e leve / Estava envolvido – ocupado / Não tinha ideia da extensão do que eu fazia / Eu era egoísta? Esta é a minha pergunta para mim / Egoísta em meus próprios pensamentos e, às vezes, [em minhas] ações / Pensava que era uma grande personalidade – olhem para mim – olhem para mim.” VR1: “Mova-se para a elevação do ânimo. Descreva o que melhora seu ânimo.”
PA1: “Ser amado / Ser segurado – abraçado / Ser incluído / Sou alegre por dentro / Chocolate – bolo – espalhado no meu rosto/boca / Ir rápido – aos solavancos / Não ser ignorado.” Conversações de VR2 com PA2 VR2 usou uma técnica de VRC em que a pessoa-alvo é abordada como se fosse uma “empresa”, onde cada “funcionário” representa um componente da personalidade da pessoa-alvo, como mostram os exemplos a seguir.
PA2 dirige-se à “recepcionista”, que geralmente representa a parte da personalidade da pessoa-alvo que interage com o mundo exterior. Chegando na recepção, VR2 observa que metade do andar inferior tem uma queda de energia, e que a iluminação é fraca. A analogia serve para informar que o sistema nervoso de PA2 experimenta problemas que dificultam seu funcionamento correto. VR2 observa que a “recepcionista” trabalha diligentemente para resolver o problema e reclama da “manutenção”: “Eles não sabem o que estão fazendo lá em cima, na maior parte apenas ficam lá sem fazer nada, enquanto estou aqui embaixo. Bem, sou a única que se importa!” / “Estão apenas por aí, fingindo trabalhar…”
VR2 dirige-se à “manutenção”, setor geralmente representa a parte da personalidade responsável por manter a saúde e corrigir problemas físicos. O encarregado informa que está tentando substituir componentes do sistema elétrico relacionados ao controle de água e de climatização. Ele afirma que, desde que instalou peças novas, não consegue regular corretamente. A analogia indica a VR2 que os problemas no sistema nervoso podem acarretar dificuldades relacionadas ao sistema urinário e ao controle da temperatura corporal de PA2.
Resultados e discussão Confirmação dos Contatos com PA1 e PA2 Antes de colher as informações desvendadas com a VRC, convém certificar se o visualizador remoto acessou o alvo correto. Isso é feito avaliando-se a acurácia de suas descrições sobre aspectos conhecidos do alvo. No experimento, VR1 e VR2 forneceram descrições detalhadas em profusão, como mostram os exemplos a seguir (HUSICK, 2019, p. 5-6):
− Ambos indicaram consciência do aspecto “gêmeo”. VR1 relatou ter “sensação de uma personalidade dividida ou tipo gêmea na conformação” de PA1, e VR2 obteve de PA2 “necessito de dois de mim”.
− Os descritores físicos básicos (caucasiano, cabelo escuro etc.) também se mostraram precisos. VR1 relatou que PA1 lembra o semblante de John F. Kennedy quando jovem. Um desenho de PA2 evidencia a mandíbula mais marcada, que o distingue de PA1.
− VR1 percebeu que o ambiente de PA1 incluía “pessoas em camisas brancas, possivelmente militares ou pilotos de linha aérea – uniforme de serviço”. Isto é uma síntese precisa do antigo local de trabalho de seu pai, o órgão central responsável pelas inspeções de saúde de pilotos civis e militares no país.
− VR2 reportou problemas osteomusculares nas pernas de PA2. Os gêmeos experimentaram tais problemas por se postarem e andarem nas pontas dos pés (“marcha equina”). Ambos passaram por cirurgia corretiva, mas o comportamento ressurgiu, estando presente por ocasião do experimento.
− VR1 e VR2 relataram corretamente a ocorrência de problemas digestivos relevantes, os quais são frequentemente associados ao autismo.
− Sintomas compatíveis com autismo foram expressos em linguagem literal e figurativa. PA1 forneceu respostas como: “estupor” (“entorpecimento patológico das faculdades intelectuais); “sinais misturados em todo o corpo”; “sinais das sinapses nervosas – alterados”; “…o corpo ficou errático como uma luz piscando irregularmente”. VR2 descreveu a condição de PA2 como: “análoga a um prédio onde às vezes as luzes se apagam sem motivo”, “falha de ignição”, “a capacidade de ler os sinais de entrada está com defeito”.
Novas informações produzidas
As conversações por meio da VRC revelaram que PA1 e PA2 são muito mais inteligentes e têm vivências internas muito mais ricas do que a ausência de comunicação verbal pode sugerir. Eles sabem que algo neles não está certo, lutam contra isso, e sentem-se frustrados pela incapacidade de se comunicar verbalmente e pelo colapso da comunicação interna entre pensamentos e processos físicos. PA1 expressou tristeza, mas também gratidão aos entes queridos por tentarem ajudar.
Revelou que deseja ser incluído em eventos e conversas, e ganhar mais independência e controle. PA2 expressou irritação e frustração. Muitas vezes sente-se oprimido e constipado, e quer ajuda para “limpar seu sistema”. Nos dois casos, a metáfora predominante é de um problema com a “comutação elétrica”, fazendo-se referência a sinais misturados, fios cruzados, sinais emaranhados, e luzes apagando e acendendo de modo irregular. VR1 e VR2 comunicaram indícios de secreções e vazamentos internos disfuncionais, possivelmente nos sistemas digestório e endócrino, e de toxicidade em seus corpos (HUSICK GROUP, 2016, p. 1). 1.
Áreas de interesse potencial para pesquisa
As informações que PA1 e PA2 forneceram parecem indicar que a causa da patologia e seus efeitos têm múltiplos componentes, sugerindo-se sua investigação em futuras pesquisas médicas e científicas. Estes componentes incluem (HUSICK GROUP, 2016, p. 1-2):
− Predisposição: VR1 descreveu a condição como algo que esteve sempre lá, “à espreita”, tendo sido ativada por uma ruptura do equilíbrio interno.
− Vacina: VR1 relatou que o problema começou com uma inoculação, e VR2, por uma mudança que não era necessária foi feita como medida preventiva, por recomendação de alguém de confiança. Ao investigar a causa do problema, VR2 gerou uma reversão de fala referindo-se à “injeção”. − Hormônios femininos em excesso na alimentação: VR1 relatou que o “combustível errado” estava sendo adicionado ao sistema, e VR2, que algo adicionado ao sistema é “incompatível com sua concepção e função originais”. A análise pós-sessão realizada pela gerente do experimento sugere o leite de vaca usado na alimentação como possível causa.
− Medicamentos: VR1 indicou que algo semelhante a medicamento de uso oral causava “caos” no corpo de PA1, criando “sinais misturados”, fazendo com que tudo ficasse “confuso”, “bloqueando a ordem natural do corpo”. É possível que isso se refira aos hormônios femininos já mencionados, mas os medicamentos ministrados aos gêmeos também devem ser investigados. VR1 também relatou que algo semelhante a medicamento estaria interferindo com a absorção de nutrientes na proporção adequada.
− Problemas dos sistemas digestório e endócrino: PA1 e PA2 relataram inchaço ou distensão do estômago. Ambos descreveram problemas de “vazamentos” ou secreções internas. VR1 descreveu algo como empoçamento de sangue ou outro fluido nos intestinos. VR2 observou problemas na área do cólon, possivelmente pólipos e relatou a percepção de um problema de natureza endócrina/glandular com aspecto secretagogo (algo que provoca que uma outra substância seja segregada), bem como alguma “queima” (processo metabólico) que estaria falhando e sem regulação adequada (Figura 5).
Medidas para melhoria da qualidade de vida As seguintes medidas foram identificadas como potencialmente aptas para melhorar a qualidade de vida dos gêmeos (HUSICK GROUP, 2016, p. 2-3):
− Eliminar da dieta leite carregado de hormônios: Mesmo sem adicionar hormônios sintéticos, o leite destinado ao consumo humano pode ter concentrações elevadas de hormônios femininos, em especial se extraído de vacas grávidas. Outras fontes alimentares de hormônios femininos que contêm ou imitam o estrogênio (soja, grão-de-bico etc.) e certos produtos químicos podem perturbar os hormônios masculinos naturais. Muitos produtos domésticos (e.g. protetores solares, indumentária de borracha) também são citados como fontes de substâncias que causam desregulação hormonal .
− Procurar aconselhamento médico: Sugere-se reavaliar remédios que possam interferir nos processos mentais dos gêmeos, investigar possíveis problemas digestivos e endócrinos, fazer análises laboratoriais para levantar possíveis carências nutricionais, avaliar possíveis razões (e.g. presença de pólipos) que possam dificultar a absorção correta de nutrientes, e investigar o que os visualizadores perceberam como drenagem/secreção interna.
− Procurar aconselhamento nutricional: Excesso de carboidratos e insuficiência de minerais na dieta dos gêmeos foram reconhecidos como possíveis fatores cuja correção poderá contribuir para melhorar suas vidas.
− Avaliar os gêmeos quanto a possíveis problemas de visão: VR1 relatou dupla visão de PA1. A análise dos registros de sessão de VR2 sugere que PA2 possa experimentar estrabismo.
− Ampliar a participação dos gêmeos nos eventos da família: PA1 e PA2 se sentem isolados e querem “pertencer”, “fazer parte”.
− Observar os ciclos funcionais ao longo do dia: Resultados obtidos por VR2 sugerem que PA2 se sente melhor pela manhã do que à tarde. A relação entre clareza mental e funcionamento físico e o período do dia pode ser investigada e considerada no planejamento das atividades dos gêmeos.
− Proporcionar mais atividades físicas: PA1 sente saudade de sua infância, quando tinha uma vida fisicamente mais ativa. Atividades físicas mais frequentes, incluindo relaxamento na água e o uso de massagens terapêuticas para ajudar no funcionamento físico, também são sugeridas.
− Continuar a expressar amor e paciência: Ao contrário do que a ausência da fala possa sugerir, os dois irmãos trabalham diligentemente para combater suas condições e valorizam muito o amor e o apoio que lhes são dedicados.
Considerações finais
O experimento aqui descrito originou-se do desejo do autor de ajudar os dois gêmeos autistas não-verbais que participaram do experimento. Os resultados são aqui divulgados na esperança de que apoiar pesquisas sobre o autismo possa contribuir para melhorar a qualidade de vida de outros autistas não-verbais.
É oportuno enfatizar que todas as informações que os visualizadores remotos produziram foram adquiridas por acesso direto ao subconsciente de suas pessoas-alvo, sem que soubessem coisa alguma de suas identidades ou patologias. Quanto à confiabilidade das informações obtidas, salienta-se que nenhuma fonte de informação é infalível, e que a garantia de certeza exige comprovação factual.
Como foi mencionado, as incertezas implicadas no uso da VRC para investigar aspectos desconhecidos de um alvo foram atenuadas, alocando-se visualizadores remotos com histórico de sucesso e asseverando-se a exatidão das informações produzidas sobre aspectos conhecidos do alvo. Por fim, cabe perguntar novamente:
É possível ouvir o que um autista não- -verbal gostaria de nos dizer, em suas próprias palavras? Os resultados do experimento exposto mostram que é possível comunicar-se usando a Visão Remota Controlada para acessar sua mente subconsciente. O diálogo abaixo, extraído do registro de uma das sessões de conversação entre VR1 e PA1, mostra como a pesquisa foi válida.
VR1: “Obrigado por todas as informações. Passarei adiante, e espero que mudanças possam ser feitas para ajudá-lo. Agora darei a oportunidade para você dizer algo para seus entes queridos.”
PA1: “Sinto muito ser um fardo. Aprecio o que é feito por mim […]. Não desistam de mim ainda – estou lutando contra isto. Sei que por vezes não sou fácil – Também sei que vocês podem sentir que o verdadeiro eu está aqui. Deus abençoe.”
Agradecimentos
Aos pais dos gêmeos, por terem autorizado sua participação e a divulgação dos resultados do experimento.
À Sra. Gail Husick, pelo carinho manifesto por dois jovens que jamais conheceu em pessoa, tendo dedicado seu valioso tempo e a vasta experiência adquirida de anos de estudo e trabalho para gerenciar o projeto, sem nada cobrar por sua participação.
Aos dois visualizadores remotos, pela excelência de seus trabalhos e informações inéditas que obtiveram de suas conversas com os gêmeos. A VR2, por ter continuado voluntariamente suas conversações remotas com PA2 após o término do projeto, a fim de contribuir para a felicidade de seu novo amigo.
Ao Conselho Científico e Editorial da Encontrografia Editora Ltda., pela inclusão desse tema reconhecidamente inusitado no presente livro.
À minha esposa Vera Cristina de Souza Fonseca, pelo apoio irrestrito a minha educação como visualizador remoto e ao investimento neste projeto, e pela revisão crítica essencial para melhorar a clareza e acessibilidade do texto.
Referências
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